A decisão foi tomada com base na análise feita por um painel de especialistas com dados registrados nas diferentes regiões do país
O Japão suspenderá o estado de emergência de 39 das 47 províncias do país antes do término previsto para o final do mês, com a disseminação do novo coronavírus nessas áreas sob controle, afirmou o primeiro-ministro Shinzo Abe nesta quinta-feira (14).
Abe, porém, disse que as pessoas nessas áreas devem continuar atentas para impedir a propagação do coronavírus.
O primeiro-ministro afirmou que, se essas 39 prefeituras tomarem medidas preventivas suficientes, a propagação do vírus poderá ser contida.
Regiões urbanas como Tóquio e Osaka, no entanto, permanecerão em estado de emergência para garantir que os casos relatados continuem a cair e a carga sobre os hospitais diminua, relatou o Mainichi.
O ministro da revitalização econômica, Yasutoshi Nishimura, disse que o número total de casos registrados está caindo nas 39 províncias, acrescentando que elas têm capacidade suficiente para prestar assistência médica.
Abe disse que o governo considerará suspender a declaração para o resto do país, incluindo Tóquio e Osaka, já na próxima semana. O estado de emergência está programado para vigorar até o final do mês.
As 39 províncias incluem cinco - Ibaraki, Ishikawa, Gifu, Aichi e Fukuoka - que foram classificadas como requerendo "cuidado especial" devido ao grande número de casos de coronavírus.
Aquelas que permanecerão em estado de emergência são Hokkaido, a área metropolitana de Tóquio que também abrange Chiba, Kanagawa e Saitama, além de Kyoto, Osaka e Hyogo.
Especialistas em doenças infecciosas e saúde pública analisaram dados atualizados sobre a disseminação do vírus e a situação enfrentada pelos hospitais.
Um dos critérios para suspender o estado de emergência nas províncias restantes proposto pelos especialistas é verificar se as infecções caírem abaixo de 0,5 novos casos por 100.000 pessoas na semana passada.
Questionado sobre os critérios no parlamento, Nishimura disse que correspondia à situação até 20 de março, quando o Japão conseguiu limitar a propagação do vírus rastreando grupos.
Para Tóquio, com uma população de aproximadamente 14 milhões, isso significaria que o número de pessoas infectadas pelo vírus teria que ser inferior a 70 em uma semana.
Abe está sendo pressionado a encontrar o equilíbrio certo entre impedir uma reversão da recente tendência de queda nos casos relatados diariamente e permitir que a atividade econômica seja retomada em etapas.
Com base em recomendações de especialistas, o governo tem incentivado as pessoas a adotarem um novo estilo de vida sem baixar a guarda no que agora se espera ser uma batalha prolongada contra o vírus.
O governo continuará solicitando que as pessoas evitem viajar entre áreas que ainda estão sob o estado de emergência e aquelas que não estão. Também serão solicitados a evitar locais confinados e lotados e contato próximo com as pessoas.
Alarmado com a perspectiva de um surto explosivo de novos casos de Covid-19 durante o feriado de Golden Week (Semana Dourada), do final de abril ao início de maio, o governo intensificou os pedidos de redução do contato pessoa a pessoa e de evitar viagens além das fronteiras da prefeitura.
Abe disse que sempre existe a possibilidade de uma segunda onda de infecções. Se os casos de infecção aumentarem, o governo pode ter que declarar um estado de emergência novamente. Ele disse que é um desafio prevenir novas infecções e, ao mesmo tempo, restaurar atividades sociais e econômicas.
O governo declarou inicialmente um estado de emergência por um mês até 6 de maio para sete áreas urbanas atingidas com força pelo novo coronavírus no início de abril. Ele então o expandiu para toda a nação em 16 de abril, antes de estendê-lo para 31 de maio.
Shinzo Abe disse que a extensão é crítica para o Japão enfrentar a crise do coronavírus, que causou um duro golpe à economia, mas que a emergência pode terminar mais cedo em algumas províncias, dependendo da situação da infecção.
Os governadores da província pedem que as pessoas fiquem em casa e as empresas fechem temporariamente, usando a autoridade para fazer tais solicitações de acordo com a declaração de emergência. As solicitações são voluntárias e nenhuma penalidade é imposta por não conformidade.
Tóquio, mais atingida pelo vírus entre as 47 prefeituras, viu os casos caírem para níveis de dois dígitos nos últimos dias, depois que a contagem diária subiu para mais de 200 em abril.
Mas o governo metropolitano disse que manterá sua solicitação de suspensão de negócios até 31 de maio, quando o atual estado de emergência está programado para expirar.
Enquanto isso, o governador de Osaka, Hirofumi Yoshimura, estabeleceu os próprios critérios da prefeitura para diminuir a restrição de atividades comerciais, e outros governadores seguiram o exemplo.
O Japão evitou um aumento explosivo de infecções, mas mais de 16.700 casos e 690 mortes foram confirmadas até o momento. A contagem inclui cerca de 700 do navio Diamond Princess que foi colocado em quarentena perto de Tóquio em fevereiro.
O primeiro-ministro agradeceu os trabalhadores médicos e prometeu aumentar as capacidades de teste.
Ele disse que o governo também busca garantir que os pacientes com coronavírus tenham acesso a várias opções de tratamento.
Fonte: Alternativa
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